Além do Sudeste: logística começa a avançar Brasil adentro
Da redação
Com forte concentração nos estados do Sudeste do Brasil, os condomínios logísticos passam por um novo momento, em uma tendência que pode sinalizar o início da descentralização da logística no país.
O monitoramento de condomínios logísticos da SiiLA mostra que 75% dos mais de 21,6 milhões de metros quadrados de galpões existentes ainda estão concentrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O boom do e-commerce fez com que empresas buscassem realizar entregas com mais agilidade. E um passo importante para otimizar este processo, é instalar operações logísticas próximas dos consumidores. De olho neste movimento, muitas desenvolvedoras estão investindo em imóveis em regiões diferentes pelo Brasil.

Somente no segundo trimestre de 2022, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará e Pernambuco receberam novos espaços destinados à logística, junto com os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
A LOG Commercial Properties (LOG CP) é um dos players que está investindo nesse movimento de descentralização. Com mais de 14 anos de atuação, a empresa desenvolve e também faz a gestão de ativos logísticos. Para entender melhor esse movimento e as razões que estão levando a LOG a apostar além dos eixos de maior concentração logística, a redação da SiiLA entrevistou Guilherme Trotta, Diretor Comercial da LOG CP.
Presente em 18 estados brasileiros, além do Distrito Federal e 39 cidades, a LOG tem mais de 1 milhão de m² de área bruta locável (ABL) construída e está executando um ambicioso plano de expansão, chamado “Todos por 1.5”, no qual pretende mais que dobrar em ABL, somando mais 1,5 milhões de m² até o final de 2024 ao seu portfólio.
O primeiro empreendimento da LOG foi construído em Contagem (MG) e atualmente, a companhia atua em todas as regiões brasileiras. “Não é de hoje que a LOG vem atuando para levar o desenvolvimento de infraestrutura logística de galpão para o Brasil, muito pelo contrário, nós nascemos com esse propósito”, explicou o executivo.

Trotta detalhou o plano “Todos por 1.5”, que originalmente havia sido lançado pela LOG em 2019, como “Todos por 1” com o objetivo de desenvolver mais 1 milhão de m² até 2024. “Impulsionados pelo crescimento do e-commerce e pelo fly to quality, que é um movimento que nos leva a atuar cada vez mais em todas as regiões, entendemos que a meta era muito factível de ser atingida e esse 1 milhão acabou virando 1,5 milhão de m²”.
Segundo o executivo, a LOG já está perto de atingir o objetivo e planeja os próximos desenvolvimentos para 2025 em diante. “Nosso crescimento vai sendo direcionado para locais onde já estamos e que ainda têm potencial de desenvolver novos empreendimentos, como regiões novas no Espírito Santo, onde estamos com o Viana II e já temos mapeado Viana III; Campo Grande, em Cuiabá, onde não estávamos e estamos com terreno adquirido, desenvolvendo e aprovando projeto”, acrescentou. Trotta ainda mencionou planos da LOG em cidades do interior de São Paulo, como São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo.

Em fase final de obras, o Log Viana II é mapeado pela plataforma Market Analytics, da SiiLA. O empreendimento tem uma ABL prevista de mais de 67 mil m² e fica na cidade de Viana, no estado do Espírito Santo, e deve ser concluído ainda este mês. O bom momento da logística se reflete na pré-locação do condomínio, que já está quase 50% pré-locado antes mesmo de ser entregue para grandes players dos segmentos de e-commerce e limpeza e higiene.
De acordo com o Diretor Comercial da companhia, a LOG tem entregado aproximadamente 75 a 80% dos seus condomínios logísticos pré-locados. Segundo Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, as expectativas são boas para o desenvolvimento do mercado logístico em todo o território nacional: “o Brasil é um país com dimensões continentais e é natural que as empresas invistam para levar este produto para todo o país, principalmente onde há concentração populacional e economia forte”.
Estoque futuro

De acordo com o monitoramento da SiiLA, o volume de novo estoque de 2022 deve superar as entregas de 2021. No ano passado, o mercado fechou com 1,1 milhão de m² novos. Ao final do primeiro semestre de 2022, esse número já estava em 1,074 milhão de m² e a SiiLA monitora mais 2 milhões previstos para serem entregues ainda este ano.
Nos bastidores do mercado de Real Estate, analistas debatem a tese de que o reaquecimento das vendas no varejo físico combinado com a tendência de estabilização das vendas online possa vir a reduzir o apetite dos grandes players de e-commerce para locação de novas áreas. Porém,esse novo momento de mercado não deve afetar os planos da LOG.
“Vemos o e-commerce sofrendo um pouco em 2022 na comparação com 2021, mas não há nenhum movimento de paralização de investimento dessas empresas Brasil afora, muito pelo contrário, gigantes como Amazon e Mercado Livre estão se posicionando com novas operações”, disse Trotta. Na visão do executivo, o segmento está passando por uma fase de ajuste e não deve desacelerar a ocupação do estoque futuro. “O e-commerce continua sendo o principal drive do crescimento da LOG em todo o território nacional”, afirmou.
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