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As cidades do Nordeste e suas evoluções nas últimas três décadas

Por Nertan Rabelo*


Sou fortalezense e acompanho as paisagens urbanas da cidade desde quando saía do meu bairro em direção ao centro da cidade para estudar nos famosos cursinhos preparatórios para o vestibular. Nas avenidas principais da cidade havia termômetros, totens fixados nos canteiros centrais nos boulevards e quase sempre marcava 29ºC às 13h. Lembro-me que era a hora mais quente do dia. Hoje, em qualquer trecho da cidade, seja à beira mar ou adentrando na periferia, ficamos na média dos 37ºC quase que o ano inteiro.


Foto: reprodução

Tenho percebido intervenções construtivas e urbanísticas nas grandes cidades que nem sempre respeitam a preservação ambiental da paisagem urbana, outrora composta por muitas árvores, alguns casarões das décadas de1930 e de 1940, ruas com pavimentação em paralelepípedos e uma vasta rede de riachos e lagoas permeando a cidade. Nesta época, onde tudo parecia ter um ritmo mais lento, havia espaço para alguma contemplação e relaxamento durante o percurso diário para os afazeres cotidiano.


O forte crescimento comercial dos principais corredores da cidade impulsionou os construtores a demolirem antigas edificações para atender as demandas residenciais e comerciais da nova configuração populacional que se originava na cidade: a compra dentro do próprio bairro. A prefeitura, por sua vez, traçou novas ruas e avenidas com nova pavimentação asfáltica, ciclovias, calçadas mais largas etc. Porém, ambos os agentes esqueceram o obvio: nossa cidade é quente, precisamos de árvores e edificações modernas que reflitam esta realidade sem necessitar tanto do espaço confinado com o ar-condicionado.


O mercado imobiliário precisa assumir que estes espaços são ocupados por seres humanos, que necessitam de ar fresco, contemplação e que sua utilidade vai além da finalidade comercial. Precisamos que este tema seja estudado pelos agentes do mercado e as esferas públicas, substituindo o atrasado termo “especulação imobiliária” pelo atual momento que vive o “desenvolvimento imobiliário”. Nossos prédios comerciais devem contribuir com a paisagem urbana, embelezando a cidade, preservando o meio ambiente e, claro, rentabilizando financeiramente os negócios que ali serão inseridos.


Compreendo que contribuir para o desenvolvimento sustentável de nossa cidade vai além da composição das fachadas com alguns tons de verde, jardinagem decorativa e uso de elementos simbólicos. Isto não é, necessariamente, um prédio sustentável. O nosso maior desafio é suprir nossa demanda mais latente, que é unirmos a tecnologia construtiva ao design funcional em prol de uma arquitetura mais bonita e com maior sustentabilidade ambiental para a nossa Fortaleza e demais cidades do Nordeste, visivelmente em franco processo de crescimento.


Hoje, o termo sustentabilidade começa a perder a conotação simplista de ‘preservação ambiental’ para dar conta da complexidade do ecossistema ambiental; onde, obrigatoriamente, precisamos pensar e agir, no papel do ser humano na mudança de paradigma do “explorar para crescer” para o “recriar para viver”. Obviamente, a cada ciclo de evolução da sociedade o conceito viver vai ganhando conotações que reflitam os novos hábitos dos grupos que geram tendência para as próximas gerações. E na atualidade, o viver na cidade passa pela qualidade de vida, saúde, bem-estar, beleza, mobilidade, facilidade e design.


É neste tempo que pensamos e desenvolvemos projetos que possam ser longevos, sustentáveis e altamente conectados com o presente que a atual geração deseja. A busca para unir as tecnologias vigentes, com a estética atual e flexibilidade que o futuro requer é o ponto de equilíbrio de nosso direcionamento.


*Nertan Rabelo é Diretor Executivo da Aurum Desenvolvimento Imobiliário, graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Ceará e com MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec-RJ. A Aurum está com projetos de galpões em desenvolvimento no Nordeste e oferece disponibilidades para locação no SiiLA SPOT.

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