Caos logístico da pandemia expõe os riscos do modelo global de estoques enxutos
The New York Times

Na história de como o mundo moderno foi construído, a Toyota se destaca como pioneira de um avanço monumental na eficiência industrial. A montadora japonesa foi a primeira a adotar o método de produção “just in time”, sob o qual componentes são entregues no momento em que se tornam necessários, o que minimiza a necessidade de tê-los em estoque.
Nas últimas cinco décadas, essa abordagem cativou empresas de todo o mundo em setores que vão bem além do automobilístico. Da moda ao processamento de alimentos, passando por produtos farmacêuticos, companhias adotaram o “just in time” para se manterem ágeis, o que permite que se adaptem às demandas mutáveis do mercado e minimizem seus custos.
Mas os eventos dos últimos 12 meses puseram em questão os méritos de reduzir os estoques ao mínimo e redespertaram a preocupação de que alguns setores talvez tenham ido muito longe, o que os deixa vulneráveis.
À medida que a pandemia prejudicava as operações fabris e semeava o caos nos transportes, muitas economias começaram a sofrer escassez de ampla variedade de bens —de eletrônicos a roupas. Em um momento de extrema desordem na economia mundial, o “just in time” estava atrasado.