Com crescimento irregular, recuperação de shoppings deve terminar só em 2023

Valor Econômico
Os números que vêm sendo apresentados pelas associações de shoppings mostram que o setor só deve voltar ao mesmo patamar de vendas de 2019 (antes da pandemia) em 2023. Isso muda as previsões anteriores da Abrasce, entidade que representa essas empresas, de que seria possível igualar esse patamar no primeiro trimestre do ano -- informação dada em dezembro passado, em entrevistas ao Valor.
Entre os motivos, está o fato de que o desempenho das lojas de shoppings não tem sido uniforme. Aquelas de maior porte, chamadas âncoras, estão conseguindo alcançar o mesmo patamar de antes da pandemia. É o caso de redes como Renner e C&A que já reportaram desempenho acima desse nível, segundo dados de balanço publicados no quarto trimestre. Já lojas de pequeno e médio porte não registram recuperação na mesma velocidade de crescimento.
Na ponta do lápis, mesmo que as vendas nos shoppings atinjam R$ 181 bilhões em 2022, como a Abrasce prevê — alta nominal (sem descontar inflação) de 13,8% sobre 2021 —, o resultado ainda será 6% menor do que os R$ 192 bilhões de 2019, ano anterior à crise sanitária.
E, mesmo que consiga suprimir esse hiato de 6%, ainda há diferença entre os períodos analisados se considerar o efeito inflacionário no intervalo de dois anos.