Copom eleva Selic para 11,75% ao ano e indica outra alta

Valor Econômico
Mesmo diante do crescimento das pressões inflacionárias globais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desacelerou ontem o ritmo de alta da taxa básica de juros, ao elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano, em linha com o sinalizado. Para o próximo encontro, em maio, o BC indicou que fará novo ajuste da mesma magnitude.
No encontro, o comitê teve que decidir o que fazer diante da alta volatilidade na cotação do petróleo nos mercados internacionais, que poderá fazer toda a diferença no cumprimento ou não das metas de inflação.
A solução foi fazer mais de uma projeção de inflação, com cenários alternativos para o preço do produto. No cenário básico, que levou em conta o barril acima de US$ 110 que prevaleceu até a semana passada, o Copom projeta uma inflação de 3,4% em 2023, ano que passa a ser o único alvo da política monetária. Nesse percentual, a projeção está acima da meta de inflação, de 3,25%.
Mas o comitê fez uma outra projeção, o chamado cenário alternativo, levando em conta que o barril do petróleo termina o ano em US$ 100 e aumenta 2% ao ano a partir de janeiro de 2023. Nessa perspectiva, as projeções de inflação do comitê passam para 6,3% para 2022 e, mais importante, a 3,1% para 2023.