Cyrela espera margem superior à do 1º trimestre para 2022

Em teleconferência de resultados do trimestre, Miguel Mickelberg, diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela, afirmou que a margem bruta esperada para o ano na incorporadora deverá ser maior do que a registrada nos primeiros três meses do ano, de 31,1%, mas inferior ao reportado em 2021, que fechou com 34,8%.
A margem do primeiro trimestre foi afetada principalmente pelo empreendimento Wave by Yoo, no Rio de Janeiro, que teve permuta alta. Na teleconferência, Raphael Horn, diretor co-presidente da incorporadora, defendeu o investimento. “O retorno sobre patrimônio (ROE) é excelente e as vendas surpreenderam, ficamos bastante satisfeitos com o resultado”, afirmou. O Wave terminou o trimestre com 82% das unidades vendidas.
Assim como as demais incorporadoras, a Cyrela também sentiu o aumento do custo da construção. O diretor-financeiro lembrou que também foi aprovado dissídio de 12,5% no setor, no último dia 12, o que se soma às pressões de preço dos materiais. Segundo o diretor, os principais movimentos de revisão de orçamento da companhia já aconteceram, mas novos podem ser necessários se o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) não conseguir captar essa elevação.
A incorporadora reportou queima de caixa no primeiro trimestre, de R$ 53 milhões, enquanto houve geração de R$ 100 milhões no período anterior. De acordo com os executivos, isso foi causado pelo desenvolvimento de terrenos e porque o quarto trimestre de 2021 contou com recebimento de dividendos das joint ventures da Cyrela, Lavvi, Cury e Plano&Plano.
Sobre a CashMe, fintech de crédito imobiliário da companhia, Mickelberg afirmou que o aumento das despesas gerais e administrativas, que mais do que dobraram entre o primeiro trimestre de 2021 e o deste ano, ocorreu pelo crescimento da empresa. “Robustecemos a operação e precisamos de infraestrutura para fazer frente a isso, está dentro da expectativa, dado que temos conseguido crescer a carteira”, afirmou.