Fator compra gestoras e securitizadora do Ourinvest

A Fator Capital, de Walter Appel, acertou a compra das operações de gestão de recursos, securitização e de uma fintech de crédito do grupo Ourinvest, incluindo a área de ativos imobiliários. Com o acordo, vai fundir numa nova sociedade, denominada Fator ORE Real Estate, quatro empresas e a holding de investimentos do Ourinvest. Os detalhes da transação não foram abertos, mas a ideia é que ao longo do tempo tudo vire uma grande “partnership”, preparando o terreno para uma futura listagem das ações em bolsa, diz João Antonio Lopes, CEO do Banco Fator.
Com a combinação dos negócios, em gestão de recursos, a Fator adiciona R$ 1,21 bilhão entre fundos de investimentos imobiliário, do agronegócio e de crédito, que vão se somar aos R$ 4 bilhões da Fator Administração de Recursos, a asset do grupo. Em emissões, desde 2016 foram R$ 2,1 bilhões em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), e outro R$ 1,4 bilhão em títulos do agronegócio (CRA), diz Bruce Philips, CEO da Ourinvest Real Estate e um dos sócios do banco que vai “mudar de canoa”, após cerca de 30 anos na instituição.
“O Banco Ourinvest se voltou principalmente para o mercado de câmbio, após vender, há dois anos, a sua DTVM para o BTG, e essa também foi uma motivação para a gente se juntar ao Fator”, afirma Philips. “Quando começou, em 2016, tinha apoio da DTVM para distribuir nossos fundos e estratégias de investimentos, e com a DTVM vendida, obviamente, eles [os novos donos] privilegiam suas emissões.
”Esta é a segunda vez que o grupo Ourinvest sai do segmento imobiliário, após ser um dos pioneiros na oferta de fundos aos moldes do que se conhece hoje. Fez a primeira oferta de varejo com cotas atreladas aos aluguéis do Shopping Pátio Higienópolis, em 1999. Criou uma companhia hipotecária independente, a Brazilian Mortgages, e uma securitizadora, a Brazilian Securities, que deram o pontapé às emissões de CRI no Brasil. Em 2012, tinham o equivalente a R$ 10 bilhões sob gestão e volume semelhante feito em CRI, quando a holding que detinha as plataformas, a Brazilian Finance & Real Estate, foi vendida para o BTG Pactual e o Panamericano (atual Pan).