IGP-M em 30% leva a revisão de contratos de escritórios
FONTE: VALOR ECONÔMICO

A disparada do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) levou proprietários de escritórios comerciais e inquilinos a sentarem para discutir novas possibilidades de indexação para os contratos de locação ou a aplicação parcial do principal indicador de referência para correção de aluguéis. No setor, aponta-se que 30% dos locadores já aceitaram a troca do indicador. Gestores de fundos imobiliários reforçam a tendência e dizem que proprietários têm aceitado trocar o IGP-M pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas que isso depende de cada contrato. Já economistas alertam que, no longo prazo, os dois indicadores vão se aproximar. No entanto, neste momento de economia fraca no país, o IGP-M descolou e acumula alta de 29,83% em 12 meses.
Locadores e locatários negociam, caso a caso, e não há tendência predominante, segundo consultorias ouvidas pelo Valor. O IGP-M apresentou valorização de 1,95%, na primeira prévia de março, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Giancarlo Nicastro, presidente da empresa de pesquisa do mercado imobiliário comercial SiiLA Brasil, informa que, em vários casos, a correção está sendo feita por metade da variação do IGP-M, e o restante se torna saldo de multa a ser pago se o inquilino devolver o imóvel antes do fim do contrato.
Há expectativa que o volume de novo estoque caia bastante em 2023 e em 2024. O mercado está represando o início de novos empreendimentos, segundo o presidente da SiiLA, à espera de que a maioria das atividades dos escritórios seja retomada, após vacinação mais ampla.
Embora a avaliação recorrente das consultorias seja a de que a maior parte das devoluções das áreas ocorreu em 2020, Nicastro conta que tem visto alguns casos de inquilinos se desfazendo de áreas ocupadas em busca de “segurar caixa”.