Money Week: as perspectivas para o mercado imobiliário em 2021 e 2022
EQI INVESTIMENTOS

Um dos maiores segmentos do país, o mercado imobiliário tem sido impactado com as recentes altas de juros. O que esperar para este e o próximo ano do setor foi um dos temas abordados na Money Week desta quarta-feira (27).No painel “Mercado imobiliário em 2021: o que voltou ao normal e o que esperar para o próximo ano”, mediado pelo head de assessoria, da EQI Investimentos, André Arantes, participaram três convidados: Emílio Fugazza, Giancarlo Nicastro e Fernanda Rosalem.
Giancarlo Nicastro fez uma projeção de três grandes áreas segmentos que abarcam os FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) brasileiros: escritórios, logística e shoppings.
Escritórios. Em 2019 o segmento era muito promissor, com taxas de vacância caindo muito rápido e o mercado reagindo bem. Depois, veio a pandemia e o uso massivo do home office. O IGP-M saltou e muitas empresas quebraram. “Foi uma sucessão de acontecimentos. Os escritórios que estavam num momento maravilhoso frearam bruscamente. A taxa de vacância saiu de 14-15% e hoje está em torno de 23% em imóveis vagos na cidade (de São Paulo)”, destaca ele. Giancarlo destaca que o momento de curto prazo é de preocupação e cautela. “Mas no longo prazo estamos tranquilos, por que as empresas vão voltar, precisam de sedes, vai ter modelo híbrido. Os escritórios sofreram bastante, ainda estão sofrendo, mas vai ter uma acomodação”, prevê o gestor.
Logística. Por outro lado, o setor de logística cresceu muito na pandemia. “Ele cresceu 3 anos em 3 meses. Logística é o queridinho do setor (de FIIs)”, destaca Giancarlo. Ele destaca que este é um tipo de empreendimento recente no Brasil, que começou a ser desenvolvido com padrões internacionais há 10 anos. “A indústria está rindo de orelha a orelha. Antes tínhamos uma logística muito concentrada no Sudeste. Com a chegada de Amazon, Mercado Livre, vemos as regiões Sul, Norte e Nordeste tendo um protagonismo no Brasil”, afirma.
Shopping. Foi um dos segmentos mais afetados durante a pandemia pelo fechamento dos comércios e, consequentemente, com a mudança na forma de consumo, com a expansão do e-commerce. “Assim como o e-commerce cresceu, os shoppings foram perdendo sua atratividade e relevância para o consumo”, destaca Giancarlo. Mas ele diz que a comparação do setor de shoppings do Brasil com o dos EUA não pode ser feita, pois aqui nossos shoppings são localizados dentro das cidades e são mais do que centros de compras, sendo referência também em lazer e restaurantes. “Os shoppings estão com números de 2018 em volume de vendas por conta da pandemia, mas tendem a se recuperar muito rapidamente”, afirma.