O plano da Loggi para ocupar o lugar dos Correios
Desde que fundou a Loggi, em 2014, o empreendedor francês Fabien Mendez repete, como se fosse um mantra, que sua missão é criar o Correios do futuro, capaz de entregar qualquer coisa, em qualquer lugar, para qualquer pessoa em um ou dois dias.
Não se trata de uma missão fácil. Em especial em um país como o Brasil, que tem dimensões continentais. Além disso, a tarefa é ainda mais difícil para uma startup que está construindo tudo do zero, mesmo que altamente capitalizada, como o caso da Loggi, que levantou US$ 295 milhões de investidores como Softbank, GGV, Fifth Wall, Kaszek Ventures, Monashees, Iporanga Ventures, Velt Partners, entre outros.
Soma-se a esses fatores a concorrência de operadores logísticos internacionais, como Fedex, UPS e DHL, além do próprio Correios, que tem presença nacional, mais de 11 mil agências de atendimento, 99 mil funcionários e faturou R$ 18,3 bilhões em 2019.
Mas, em meio a pandemia do coronavírus, que fez a demanda de entregas de clientes de comércio eletrônico crescer de forma exponencial, a Loggi está dando um passo importante para ser o Correios do futuro.
A startup que vale US$ 1 bilhão está começando a fazer testes em suas agências espalhadas em 542 cidades para transformá-las em pontos que, além de fazer as entregas, possam também receber as encomendas de pessoas físicas e de pequenos negócios.
Esses pontos são minihubs que recebem as encomendas da Loggi para fazerem o trajeto da última milha. Até o fim do ano, eles vão também estar aptos para receber pacotes de consumidores, como uma agência de Correios. “Eles vão poder conquistar clientes localmente para enviar via Loggi”, afirmou Mendez, em entrevista ao NeoFeed. “Esse é o nosso terceiro movimento estratégico: oferecer a entrega de tudo para todos”.