Segmento imobiliário tem usado IPCA para reajustar contratos de aluguéis
Fonte: Valor Investe

O pesadelo da pandemia volta a assustar o mercado de fundos imobiliários, com fechamento de shoppings, lojas e o adiamento da volta aos escritórios. Mas, além das incertezas ligadas à segunda onda de covid-19, outro fantasma assombra o mercado de locação corporativa: desde o ano passado o indicador mais usado para reajustar contratos de aluguéis tem rondado patamares perto de 30% ao ano.
Para o sócio-fundador da Hedge, André Freitas, o nível do referencial, associado a uma crise como pano de fundo, tem levado o mercado a se ajustar. O gestor explica que os proprietários se mostram dispostos a negociar. “Tenho visto muita troca de IGP-M por IPCA, algumas provisoriamente, mas boa parte em definitivo”, afirma. “Mas ainda não está ocorrendo uma migração para imóveis mais baratos, porque as negociações têm funcionado.
”O segmento de lajes corporativas pode viver período mais difícil que o esperado em 2021 não só por conta do IGP-M.
Conforme o gestor, há situações específicas nas quais os locadores têm conseguido repassar o IGP-M de maneira integral. “São os casos de contratos firmados logo após a recessão [entre 2015 e 2017], quando o mercado estava deprimido e os proprietários tiveram de oferecer descontos e carências que atingiam 18 meses em alguns casos”, explica.