Varejo e indústria tentam ‘escapar’ da inflação
Valor Econômico

O avanço da inflação reduziu os volumes vendidos no varejo nos últimos meses, obrigando as lojas a lançarem táticas - algumas inéditas em seus próprios negócios - para tentar reverter essa curva descendente. Quando a quantidade vendida perde vigor, o ganho na receita acaba vindo basicamente do reajuste de preços, o que “mina” os ganhos de escala das redes.
Indústrias e varejistas montam novas ações que vão de negociações para mais mudanças no tamanho de embalagens, venda a prazo de produtos nunca antes parcelados e volta de promoções que tinham sumido das lojas até metade deste ano. Cupons de descontos dados em lojas, para incentivar a venda on-line, voltaram a ser emitidos desde setembro.
Além disso, mais que dobrou a quantidade de marcas regionais, mais baratas, nas prateleiras de quatro meses para cá. No café, passou de quatro para até 10 marcas, com variação de 70% nos preços, diz a Abras, associação dos supermercados. No arroz, foi de quatro para até nove, em média. Macarrão e feijão também foram afetados.
Isso mexe com contratos e obriga as lojas a reorganizarem seus espaços nas gôndolas, já negociados com marcas líderes, para acomodar as linhas mais baratas.