Wilson, Sons chega ao Novo Mercado da B3 na busca por liquidez
Valor Econômico

As ações da Wilson, Sons, operadora integrada de serviços marítimos, portuários e de logística, começam a ser negociadas segunda-feira (25) no Novo Mercado da B3. A entrada dos papéis da empresa, sob o código PORT3, no nível mais alto de governança da bolsa foi possível depois que os acionistas aprovaram, na sexta-feira, a incorporação da Wilson Sons Limited (WSL), sediada nas Bermudas, pela Wilson Sons Holdings Brasil. Com quórum de 82% na assembleia, a pauta foi aprovada com 100% dos votos.
Anunciada em maio, a operação simplificou a estrutura societária da empresa, que até então negociava Brazilian Deporitary Receipts (BDRs) emitidos pela WSL. A mudança, feita sem aporte financeiro e com relação de troca de ações de 1 para 1 não modificou a estrutura de capital e a companhia continuará controlada pelo Ocean Wilsons, com 57% dos papéis, enquanto o free float será de 43%.
O presidente da Wilson, Sons, Fernando Salek, afirma que a incorporação e a listagem no Novo Mercado deverão aumentar a liquidez do papel da companhia na bolsa, assim como reduzir o desconto com que a ação vinha sendo negociada. Segundo ele, a empresa não acessava uma fatia relevante do universo de potenciais investidores, como fundos de pensão e alguns fundos mútuos, que têm restrição para aplicarem em BDRs. Além disso, a operadora logística também ficava de fora da carteira de investidores que aplicam apenas em papéis com determinado patamar de liquidez.
“A gente tinha uma liquidez muito baixa e o que aconteceu ao longo do tempo é que, pelas limitações do instrumento [BDRs], o desconto da ação em relação ao valor que nós acreditamos ser o valor intrínseco dos nossos ativos passou a ser muito grande. Esse era um desconforto grande”, diz Salek. “Agora, passamos a acessar esse universo de investidores que não acessávamos antes".