XP lançará BDRs e terá 48% do capital em circulação sem Itaú
Valor Econômico

O sinal verde do Banco Central (BC) para a cisão da participação do Itaú Unibanco na XP cumpriu um rito já esperado, mas deve movimentar duas das maiores forças do mercado brasileiro. De um lado, a formalidade deixa mais perto o lançamento, na bolsa brasileira, de Brazilian Depositary Receipts (BDR), recibos que representam ações da plataforma de investimentos. De outro, tira amarras do banco para avançar sobre a rival.
Cumpridos os processos, a expectativa é que a XP - cujas ações são listadas na Nasdaq - passe a ser negociada na B3 em setembro, apurou o Valor. Depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permitiu no ano passado a dupla listagem para empresas brasileiras que fizeram ofertas iniciais de ações (IPO) no exterior, a plataforma tinha a intenção de ativar o seu programa em janeiro. Mas, em meio à reorganização proposta pelo Itaú, que prevê a separação da parcela de ações da sua investida numa empresa diferente, a XP Part, o plano foi congelado.
Agora, o próximo passo é sair o CNPJ da nova empresa no Brasil, convocar assembleia para incorporar a XP Part pela XP. Um novo acordo de acionistas vai ser costurado. Aos acionistas oriundos do Itaú serão entregues ações classe A nos Estados Unidos ou BDRs na B3. Nasce assim o BDR da XP no Brasil, e qualquer investidor poderá comprá-lo assim como faz hoje com uma ação da Amazon ou da Tesla.
De quebra, o capital em circulação da XP passará de 27% para 48%. Cabe a cada acionista que recebeu os ativos da plataforma equivalentes à sua participação retê-los ou não na carteira. “Interessa ao acionista, que fica com liberdade para fazer o que quiser, e não prejudica o banco”, afirma uma fonte próxima ao Itaú.